A incontinência urinária
Incontinência Urinária (IU) é definida como sendo a perda involuntária de urina, podendo ser por esforço (IUE), por urgência ou mista (esforço e urgência). Sua incidência gira em torno de 40% nas mulheres após os 50 anos, com prevalência média entre 25% a 45%, aumentando sua severidade com a idade. Dentre os fatores de risco destacam-se o Índice de Massa Corpórea (IMC), números de gestações, tipo de parto, realização de histerectomia (retirada do útero), terapia hormonal dentre outros.
Em uma revisão da literatura os autores encontraram uma relação importante e crescente entre o IMC e a IUE. A partir do IMC de 30 (obesidade) a possibilidade de a mulher apresentar IUE dobra. Quando falamos de gravidez e tipo de parto, temos uma relação positiva entre o maior número de partos e a perda urinária aos esforços. A gestação pelo aumento da pressão abdominal pode acarretar perda urinária involuntária.
O parto vaginal também aparece como fator de risco para o surgimento da IUE. A histerectomia aumenta a possibilidade em quase duas vezes de aparecimento da IUE quando a via abdominal é utilizada. A via vaginal aumenta esse risco em 6 vezes quando a indicação foi o prolapso uterino.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico requer um adequado conhecimento da anatomia pélvica e dos fatores que interagem no mecanismo da micção. Uma boa história clínica identificando os fatores de risco associado a um exame físico minucioso, pode, na maioria dos casos, permitir o correto diagnóstico da IUE.
Quais os exames necessários?
Alguns exames complementares são de valiosa ajuda para o melhor esclarecimento dos sintomas da incontinência urinária. Dentre eles destacamos o estudo urodinâmico. Ele permite uma avaliação funcional da bexiga e a reprodução da perda aos esforços, quando essa não for identificada durante o exame físico.
Como reduzir o desconforto da Incontinência Urinária?
Se você faz exercícios de alta intensidade, como crossfit, é comum a perda urinária durante a realização do exercício. Isso ocorre mesmo em pessoas que não possuem problema anatômico, perda de suporte suburetral. A natureza intensa do crossfit aumentando a pressão abdominal sobre a bexiga acarreta a perda de urina. Para minimizar o desconforto, recomenda-se esvaziar a bexiga antes e durante a atividade, além de utilizar absorventes.
De modo geral, a ingestão de substâncias consideradas irritativas para a bexiga, exemplo café e bebidas com alta dose de cafeína, chás, chocolate (cacau), provocam contrações da musculatura da bexiga, levando a perda urinária. A restrição destes alimentos leva a uma melhora da perda urinária.
Como é feito o tratamento?
O tratamento pode ser tanto por meio de cirurgia ou clínico. O tratamento clínico é realizado através da fisioterapia pélvica com exercícios que promovem o fortalecimento da musculatura, auxiliando em casos leves. Entre as opções do tratamento cirúrgico destacamos os slings. O sling (alça) nada mais é que um reforço feito abaixo da uretra podendo ser utilizado material sintético ou natural (aponeurose). O objetivo é reconstruir o suporte que sustenta a uretra. O sling pode ser feito pela via transobturatória ou pela via retropúbica. O sling transobturatório, quando comparado ao retropúbico, apresenta taxas de curas semelhantes, girando em torno de 90%. Vale destacar que em mulheres com pressão de perda consideradas baixas (menores que 30mmhg) no estudo urodinâmico, a via retropúbica se mostra mais eficaz.
Doutor, perco urina há tempos. Como posso resolver?!?
Oi Maria! É desagradável essa situação. Você não precisa se isolar e nem sofrer mais com isso. Existe tratamento e com alta taxa de cura. Você deve procurar seu ginecologista para esclarecer suas dúvidas e ter o melhor tratamento.